quarta-feira, 7 de maio de 2008

Catei de http://caconacuca.blogspot.com/

Sinto vergonha de mim!
Poema de Cleide Canton com citação de Ruy Barbosa no final,
declamado por Rolando Boldrin


Sinto vergonha de mim!
Por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
Que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

'Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

13 comentários:

Sil disse...

Esse poema e muito profundo. Imagino uma secao no Congresso Nacional nenhuma abstiencia, e o presidente da republica la, todo juntos pra ouvir Rolando Boldrin declamar isso.

Natália Mylonas disse...

Adoro poemaas ...
Esse dai eh bem maneiiro siim .

Beiijus =)

Adryana Araújo disse...

Belíssimo post!
Mas, enquando ainda houver esperança em nossos corações e coragem para lutar, defenderemos a honra, a justiça, a honestidade e a verdade!

Superbeijo!!!

Tudo ou nada ... disse...

Lindo lindo ... com certeza jamais permitirei que isto deixe de ser uma vertente em minha vida: esperança, coragem, justiça, honra etc...
Bjos

kami disse...

Olá Lu!!!
Adorei...vc anda tão patriotica esses dias que me faz sentir que ando um pouco esquecida dos meus valores como cidadã!
Isso por que trablho numa UTI de hospi público! E vejo sim e entendo o descaso com que muitas pessoas são tratadas e tratam o país!
Estou precisando pensar mais no assunto!

Bjussssssssssss

Paula Carolinny disse...

Lu, vou te falar 4 coisas:

EU AMO VIR AQUI!

obg por ir ao meu blog.
e mudanças irao acontecer la!

' JoH Pαulα:D disse...

nosaa amei aqui linda bejoss

teo netto disse...

saudades de passar por aqui.
Um beijo moça!

NayB. disse...

Oi Lud!
E ae, como a senhorita esta?
Que bom que já voltou à blogosfera!
=)
Esse poema é muito honesto... apesar de triste.

Xerus
=***

Flávio Dantas disse...

foda...............

Anônimo disse...

Bonito, apesar de triste!

Ariana Coimbra disse...

Poema lindo e bem profundo!

Beijo*

Alessandra Castro disse...

Belo belo texto, rico em verdades e indignação. O mundo todo está meio de cabeça p/ baixo e o Brasil acompanha essa tendencia absurda.